domingo, 12 de fevereiro de 2012



Mutilação Genital Feminina - Riscos físicos e mentais para a mulher

Os nomes da tortura são muitos: Kakia, no Togo, Sunna, no Sudão, Fanado, na Guiné-Bissau. Uma vez concretizada a mutilação é irreversível. Se a vítima sobreviver irá sofrer consequências físicas e psicológicas.

Uma manifestação na Somália contra a mutilação genital feminina. Neste país africano mais de 90 por cento das mulheres foram mutiladas
Apesar do esforço global para acabar com este crime contra os direitos humanos, a mutilação genital feminina, também conhecida pela sigla inglesa FGM, Female Genital Mutilation, continua a ser praticada em pelo menos 28 países africanos, na Ásia e no Médio Oriente.
Devido aos movimentos migratórios alastrou-se a outras partes do mundo como a Europa e a América do Norte. A Alemanha, a França, o Reino Unido e Portugal não são excepção. Vivem na Europa meio milhão de meninas e mulheres que foram vítimas desta tortura. Em todo o mundo estima-se que o número de vítimas seja entre 100 a 140 milhões.
Nalguns casos corta-se o clítoris, noutros os grandes e os pequenos lábios. Uma vez concretizada a mutilação é irreversível e se a vítima sobreviver, irá sofrer inúmeras consequências físicas e psicológicas. A curto, médio e longo prazo.
Sofrimento na hora do corte e risco da SIDA

Waris Dirie, a ex-super modelo somali, que aos cinco anos foi vítima da mutilação genital feminina e hoje é um dos rostos mais conhecidos na luta contra esta prática

Além do sofrimento atroz que a maioria delas sente no momento do corte, o doloroso processo de cicatrização da ferida é acompanhado com frequência de infecções, devido ao uso de utensílios contaminados, e dores ao urinar e defecar.
Incontinência urinária e infertilidade são outras das sequelas comuns.
O facto de serem usadas as mesmas facas ou lâminas para mutilar várias crianças acrescenta o risco de contrair o vírus da SIDA à extensa lista das consequências da mutilação.
Os bebés também sofrem

Além da mãe, também os bebés podem sofrer os as consequências nefastas da mutilação genital
Além da mãe, também os recém-nascidos podem sofrer os efeitos nefastos da mutilação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de mortalidade infantil é mais elevada em 55 por cento em mulheres que sofreram uma mutilação de tipo III (a infibulação, que consiste em fechar a abertura vaginal).
A África Oriental, onde prevalecem as excisões faraónicas, é a zona do globo com o maior índice de mortalidade de mulheres e bebés durante o parto.


Por: Ana Rita Encarnação nº2

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